Paulo de Tarso o "apóstolo dos gentios" nasceu na cidade de Tarso, entre os anos 15 e 5 a.C. De acordo
com os costumes da sua época, tinha como nomes: Saulo, para o mundo judeu e Paulo para o mundo Romano, nome que
definitivamente adoptaria quando se converteu ao Cristianismo.
Desde jovem tinha sentido a necessidade de se dedicar ao serviço de Deus e por isso se dirigiu a Jerusalém para
estudar a religião com os melhores mestres do seu tempo. O interesse pelas coisas de Deus fê-lo esquecer-se da
busca de uma esposa.
Os judeus encarregaram-no da difícil tarefa de eliminar das suas comunidades a doutrina cristã. Paulo dirigiu
então a repressão contra os seguidores de Cristo, fazendo-o de uma forma muito dura.
Até esse momento Paulo sentia-se bem e dava graças a Deus porque o havia feito um crente responsável e consequente
com os seus princípios. Mas cedo descobriu que os seus méritos e seus serviços não eram o que contavam para Deus;
a sua fé não era mais do que um fanatismo humano e a sua segurança de crente, um orgulho dissimulado. Paulo viu-se
a si mesmo um pecador, violento e rebelde, mas ao mesmo tempo compreendeu que Deus acolhe, entende, perdoa.
Desta maneira, Paulo descobriu um novo caminho baseado em Cristo, transformando-se num instrumento de propagação
da igreja. Foi um grande proclamador da palavra de Cristo, trabalho que realizou visitando inúmeras cidades e
comunidades, convertendo-se num animador constante das mesmas, através das suas epístolas.
Paulo foi um homem sólido, intransigente e impetuoso, e ao mesmo tempo, um irmão, um amigo para os seus companheiros.
Foi um gigante, um homem fora de série, e ao mesmo tempo,
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um homem como nós, que duvida, vacila, busca, sofre, se
encoleriza, protesta contra a doença, contra a injustiça, contra a incompreensão. Um resistente, um homem de acção,
mas também um homem de reflexão.
Um atleta que se esforça por ganhar a corrida, custe o que custar, e que nos quer arrastar a nós atrás dele. Um
homem de fogo, entusiasta, devorado por uma imensa paixão. É por todas estas razões e não só pelas suas qualidades
de santo, ou de seguidor de Cristo, que o consideramos o nosso modelo de Fé.
Paulo foi pioneiro em ideias como a divulgação da mensagem a todo o mundo e não só ao povo eleito. Além disso foi
um caminhante inesgotável, que assumiu pessoalmente a tarefa que propôs aos seus irmãos de comunidade.
Num momento da sua vida viu-se confrontado com dois caminhos: o terreno - que lhe pedia que servisse Roma,
perseguindo os cristãos - e o espiritual - que lhe oferecia um caminho cheio de obstáculos e dissabores, mas que
lhe dava a oportunidade de fazer uma descoberta do seu próprio interior.
Este último, por sua vez, levá-lo-ía à grande experiência de partilhar com diversas comunidades o encontro com a Fé.
A sua virtude foi que, a partir da Fé, foi capaz de denunciar e de actuar, isto é, não se ficou pelo discurso, mas foi
um exemplo de compromisso e testemunho com a verdade que pregava.
Para os grupos cristãos a figura de São Paulo adquire uma dimensão e um significado especial pelo
seu testemunho de fé. A sua grande força provinha da sua fé num Criador, mas também em si mesmo, na sua própria
capacidade de realizar uma missão nesta terra.
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Com humildade, mas com firmeza, defendeu os seus ideais e tomou o
caminho dos homens livres que são capazes de entregar a sua vida ao serviço dos outros.
São Paulo foi o escolhido para ser o patrono da IV Secção por a sua vida ser um excelente exemplo de "caminho".
Facilmente se encontram na sua caminhada de anúncio da boa nova as características do caminheiro ideal. Por ter cedo
aprendido uma profissão, a de tecelão de tendas, por querer sair de casa para estudar e ser um fiel seguidor da
religião em que acreditava... pela grande encruzilhada da sua vida a caminho de Damasco após a qual, iluminado pelo
Espírito Santo, escolheu seguir Cristo e anunciar a Boa Nova. Paulo foi um caminhante inesgotável que assumiu
pessoalmente o projecto ao qual se propôs perante os seus irmãos cristãos. A sua grande virtude foi a de anunciar
e ao mesmo tempo actuar, o que quer dizer que ele não se deixou ficar pelas palavras, mas foi um exemplo de
compromisso e testemunho das palavras que pregava.
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